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Algumas doenças que podem levar a surdez

por Sandra Carvalho

Por Vanessa Moraes

Muito desagradável é detectar uma perda auditiva. Tão importante quanto tratar o mais rápido possível com o uso de aparelhos auditivos é saber o que causou essa perda auditiva.

Existem várias doenças que podem causar a surdez. Separamos aqui as principais delas para ficarmos todos atentos.

A RUBÉOLA é a principal causa da deficiência auditiva durante o período pré-natal. Ela pode ser transmitida pelo ar e repassada para o feto por meio da placenta. A vacinação é a única maneira de prevenir a Síndrome da Rubéola Congênita. O esquema nacional vigente é de uma dose da vacina tríplice viral aos 12 meses de idade e a segunda dose aos quatro anos de idade. E para as mamães gestantes que ainda não se vacinaram, é muito importante que se vacinem, mesmo na gestação.

A TOXOPLASMOSE é outro exemplo de doença que pode ser transmitida para o feto através da placenta e causar surdez no bebê. Ela é mais perigosa no primeiro trimestre da gestação, e pode causar diversos outros problemas ao bebê. Seus sintomas podem ser facilmente confundidos com a gripe. Evitar manusear terra ou solo e, se necessário, utilizar luvas e higienizar as mãos após a atividade é uma das formas de prevenir a doença. Consumir água filtrada ou fervida, mantendo os reservatórios bem fechados é outro cuidado essencial para se prevenir. Frutas e vegetais devem ser lavados antes de comer. A carne crua ou mal-cozida é uma importante fonte de infecção.

O SARAMPO ́ é uma doença que traz manchas vermelhas no corpo, febre alta, coriza e conjuntivite. Em casos mais graves, pode acarretar em deficiência auditiva e problemas de visão. E vale ressaltar que pode acontecer ao longo de toda a vida. Há vacinas que devem ser tomadas antes, durante e depois da gravidez e outras que precisam ser evitadas. A vacina que protege contra o sarampo é uma das que devem ser EVITADAS no período da gestação, pois são produzidas com o vírus do sarampo vivo, apesar de atenuadas.

A SÍFILIS é uma das doenças sexualmente transmissível silenciosa, que tem como característica ser uma ferida que não arde, não coça e nem dói. Pode ser transmitida via placenta, e tem como consequência a perda de audição do feto. Quanto antes for detectada, melhores serão as chances de intervenção. Para prevenir a sífilis, é fundamental o uso do preservativo masculino ou feminino. É a única forma de evitar a doença. Só em 2022, o Brasil distribuiu 239,9 milhões de preservativos masculinos e 4,5 milhões de femininos para os 26 estados e o Distrito Federal.

A HERPES, considerada uma das doenças sexualmente transmissíveis, é conhecida por suas feridinhas no corpo. Nas gestantes, a transmissão do vírus para o bebê acontece no momento do parto normal e causa sérias complicações como a perda auditiva e pode, inclusive, levar à morte. Mesmo usando preservativo nas relações sexuais, a gestante pode contrair herpes labial- ou mesmo genital- do parceiro, que já está com a doença, pelo beijo. Portanto, evitar todo tipo de contato é mais do que necessário.

 O diagnóstico da perda auditiva é realizado pelo médico otorrinolaringologista. Ao nascer, ainda na maternidade já é possível realizar o teste da Orelhinha e com ele temos uma triagem da audição do bebê. Caso o bebê não passe neste teste, outros exames mais específicos devem ser realizados à procura do diagnóstico. Confirmada a perda auditiva, o início do uso de aparelhos auditivos deve ser imediato. Assim, juntamente com a terapia fonoaudiológica esse bebê passa a ter as mesmas chances de desenvolvimento da fala como um bebê com audição normal.

Até completar os primeiros 3 meses de vida, o bebê deve se surpreender com sons altos, ter atenção ao som da voz e reagir com sorriso ou expressão no olhar ao ouvir a voz dos pais. Já entre 4 a 6 meses de idade o bebê começa a fazer sons com a boca, gritos diferentes para cada situação.

Tanto quanto identificar a perda auditiva tem sua importância, não se importe com o grau da perda auditiva, continue a falar, cantar canções apropriadas à idade, brincar com as mãos como faria com qualquer outra criança. Traga o rosto para perto da criança enquanto fala e use muita expressão facial. Isto é muito valioso e reforça a importância do contato facial.

Não hesite. Há dúvida sobre a audição de seu bebê? Procure imediatamente um otorrinolaringologista que juntamente com a fonoaudióloga te auxiliarão no diagnóstico e se preciso, no tratamento.

Vanessa Moraes é fonoaudióloga e audiologista na Sonicon, em Cuiabá/MT

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