Prefeitura de Cuiabá reconheceu que 4.422 servidores municipais foram afetados pelo corte do adicional de insalubridade, que é pago mensalmente junto com os salários.
Isso está impactando diretamente a vida dos servidores e seus familiares
Segundo a Secretaria de Gestão, os servidores da Saúde foram os mais impactados. Ao todo 4.392 profissionais da Pasta não receberam o valor.
Além deles, 12 servidores da secretaria municipal de Ordem Pública, 11 da Secretaria de Obras, quatro da Secretaria de Gestão e três da Pasta de Meio Ambiente também ficaram sem receber.
A Gestão, no entanto, não soube informar o quanto deixou de ser pago aos servidores em razão do corte.
Na terça-feira (2) alguns servidores se reuniram para protestar na Câmara Municipal. Uma nova manifestação está marcada para ocorrer nesta quarta-feira (3), em frente à Prefeitura.
Em entrevista ao MidiaNews, o presidente do Sindicato dos Odontologistas do Estado de Mato Grosso (Sinodonto), Leandro Arruda, fez críticas à gestão e afirmou que o corte vem afetando as famílias dos servidores.
“A gestão humanizada do prefeito é desumanizada com seus servidores. Um corte de salário de 40% sem chamar para dialogar. Isso está impactando diretamente a vida dos servidores e seus familiares. Afeta alimentação, pagamento de contas… E até o momento não temos um posicionamento da Prefeitura sobre o retorno do adicional”, afirmou.
“Todos os servidores da Saúde foram afetados pelo corte da insalubridade. Apenas na odontologia são 300”, acrescentou.
Justificativa
Apesar de não ter dado aviso prévio sobre o corte dos servidores, Emanuel emitiu uma nota para explicar a falta do adicional.
Agora a prefeitura quer fazer esse estudo, mas não tem previsão, não tem empresa contratada, não tem data
No comunicado ele alegou que o não pagamento se deu porque a Secretaria de Gestão está cumprindo o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que colocou fim à intervenção estadual da Saúde assinado no ano passado.
No entanto, o presidente do Sinodonto afirmou que a justificativa do prefeito é uma desculpa para encobrir a falha na gestão.
“É uma inverdade quando ele culpa o TAC por essa ação. O TAC é claro dando 90 dias, ou seja, de 1º de janeiro até 31 de março, para que a Prefeitura faça o estudo dos riscos ambientais de cada profissional e enquadre cada um deles dentro do seu risco, seja mínimo, médio ou máximo”, disse.
“O problema é que a Prefeitura não fez o seu dever de casa, não fez esse estudo e cortou de todo mundo. Agora ela quer fazer esse estudo, mas não tem previsão, não tem empresa contratada, não tem data. E nós servidores tivemos 40% de corte sem aviso prévio”, acrescentou.
Segundo Arruda, foi necessário o pedido do estudo, pois havia servidores da área administrativa que estavam recebendo o adicional de insalubridade. Porém, este não era o caso da maioria.
“Acho que a desculpa é por aí: o prefeito justificou usando o TAC para resolver o seu problema financeiro nesse momento que se encontra em crise”, afirmou.
“No entanto, nós estaremos protestando, lutando, pelo retorno dessa insalubridade que é nosso direito pelo risco que corremos com a nossa exposição dentro do ambiente de trabalho todos os dias”.