Por Cibele Castro
A incontinência urinária é uma condição caracterizada pela perda involuntária de urina. Em alguns casos, a pessoa não consegue segurar a urina ao fazer esforços como tossir ou espirrar — ou a vontade de urinar é tão súbita e forte que não dá tempo de chegar a um banheiro. A OMS estima que 5% da população mundial tenha incontinência urinária, sendo mais comum em mulheres, o problema pode ser uma complicação do envelhecimento natural ou estar associado a outras questões de saúde ou até mesmo como infecções do trato urinário.O tratamento de incontinência urinária pode envolver mudanças de hábitos. exercícios e intervenções cirúrgicas.
A incontinência urinária pode ser causada pelo consumo de certas bebidas, alimentos e medicamentos que atuam como diuréticos — estimulando a bexiga e aumentando o seu volume de urina, Infecção do trato urinário, prisão de ventre, estresse emocional, gravidez, envelhecimento, Menopausa, Histerectomia, Obstrução do trato urinário, Distúrbios neurológicos, tais como esclerose múltipla, doença de Parkinson, AVC, tumor cerebral ou uma lesão da coluna vertebral.
Tipos de incontinência urinária
Incontinência urinária de esforço: acontece quando a pessoa não tem força muscular pélvica suficiente para reter a urina. Isso significa que ela terá perda de urina ao espirrar, tossir, rir, levantar algo, subir escadas, fazer atividades físicas, mudar de posição ou fazer algo que põe a bexiga sob pressão ou estresse.
Incontinência urinária de urgência: é caracterizado pelo desejo de urinar que é tão forte que a pessoa não consegue chegar ao banheiro a tempo. Isso pode acontecer mesmo quando há apenas uma pequena quantidade de urina na bexiga. A síndrome da bexiga hiperativa é a principal causa da incontinência de urgência
Incontinência urinária por transbordamento: esse tipo de incontinência ocorre quando a bexiga está sempre cheia, ocorrendo vazamentos. Também pode acontecer de a bexiga não se esvaziar por completo, o que leva ao gotejamento
Incontinência urinária funcional: ocorre quando uma pessoa reconhece a necessidade de urinar, mas está impossibilitada de ir ao banheiro devido a alguma doença ou complicação que a impede de chegar ao banheiro por conta própria
Diagnóstico
O diagnóstico de incontinência urinária é feito através da história do paciente e da ocorrência dos sintomas. O padrão de esvaziamento e a perda de urina podem sugerir algum tipo de incontinência. Para confirmar o quadro, o especialista pode solicitar alguns exames, como:
Exame de urina: uma amostra de urina está marcada para sinais de infecção, vestígios de sangue ou outras anormalidades.
Diário da bexiga: durante vários dias, deve ser anotado o quanto o paciente bebe, quantas vezes urina, a quantidade de urina produzida, se houve vontade de urinar e o número de episódios de incontinência.
Medição residual pós-miccional: verificação da quantidade de urina produzida e quantidade de urina restante na bexiga. Uma grande quantidade de urina restante pode significar que uma obstrução no trato urinário ou um problema com os nervos ou músculos da bexiga
Se forem necessárias informações complementares, o especialista poderá recomendar exames como: exame urodinâmico, cistoscopia, cistografia e ultrassonografia abdominal.
Tratamento
O tratamento da incontinência urinária depende do tipo de incontinência, da gravidade e da causa subjacente. Em quadros mais leves, podem ser indicadas mudanças nos hábitos de vida — o que inclui urinar de forma mais frequente e adotar uma dieta rica em fibras, evitando o consumo de álcool, cafeína e alimentos ácidos.
Contudo, quadros de incontinência frequente e que estão afetando diretamente a qualidade de vida podem exigir outras abordagens de tratamento, como:
Caso os outros tratamentos não apresentem resultado, pode ser necessária uma cirurgia para incontinência urinária para tratar a causa do problema. A intervenção mais conhecida é a cirurgia de Sling, que consiste na aplicação de tiras de tecido sintético ou de malha em torno da uretra e do colo da bexiga. O sling ajuda a manter a uretra fechada, principalmente quando o paciente tossir ou espirrar.
Fisioterapia pélvica
As técnicas utilizadas no tratamento da incontinência urinária, são os treinamentos dos músculos do assoalho pélvico, através de exercícios específicos, como a cinesioterapia, estimulação elétrica, exercícios proprioceptivos, biofeedback, calendário miccional, orientações gerais prescritas após minuciosa avaliação e reavaliação constante.
Por isso, é necessário a avaliação de um fisioterapeuta pélvico para definir o melhor tipo de tratamento para cada paciente e suas disfunções.
Dra. Cibele Castro é fisioterapeuta pélvica e integra a equipe do Instituto Eladium