A capoeira, arte marcial e expressão cultural brasileira, transformou-se em uma poderosa ferramenta de empreendedorismo, promovendo a inclusão social, a valorização da cultura e a geração de renda.
Vale lembrar aqui que antes de Manoel dos Reis Machado, Mestre Bimba, baiano criador da capoeira regional em 1920, a capoeira era ilegal e discriminada como “coisa de malandro” e de escravo “fujão”.
Na década de 1930, Getúlio Vargas, em busca de apoio popular, passou a permitir a prática, apenas em ambientes fechados e com alvará da polícia. De lá para cá a capoeira foi se transformando e sendo reconhecida como instrumento de transformação social.
E hoje a capoeira vive uma nova era. Impulsionada pelo mundo digital, a modalidade chega aos países mais distantes do Brasil, de onde é originária, e, graças a visionários capoeiristas, pessoal que tem a capoeira como filosofia de vida, entra para o empreendedorismo, imprimindo identidade cada vez mais profissional. Tanto na realização de eventos grandiosos e extremamente bem organizados, como na sua disseminação pelas redes sociais a partir de uma comunicação personalizada e de excelência.
Eventos de capoeira cada vez mais organizados com cobertura e divulgação profissional
Essa nova fase, sem dúvida, tem triplicado o potencial social da capoeira, atraído milhares de novos adeptos, incluindo cada vez mais crianças em situação de vulnerabilidade, não só pelo voluntariado, mas também graças a sua capacidade de organização, de estabelecer fortes parcerias, de levar consigo grandes marcas, de proporcionar aos mestres e demais categorias a possibilidade de profissionalização por meio de cursos e, naturalmente, de renda. E quem ganha com isso é a sociedade como um todo.
Quanto mais a capoeira se fortalece, assim como outras modalidades esportivas e culturais, menos contato nossas crianças têm com os atrativos da rua que possam desviá-la do caminho por um futuro digno.
Mas como a capoeira tem se tornado cada vez mais alvo do empreendedorismo?
VMB e Rede Afro Brasil surgem como inspiração para o empreendedorismo na Capoeira. Aqui ao lado do jornalista Flávio Amaral, responsável pelo marketing da VMB.
A capoeira pode ser integrada em pacotes de turismo cultural, oferecendo aos turistas uma experiência autêntica e interativa. Guias turísticos, aulas introdutórias e demonstrações podem ser parte do itinerário, atraindo visitantes interessados em conhecer a cultura brasileira.
A venda de roupas, instrumentos (como berimbaus e pandeiros), e acessórios relacionados à capoeira pode ser uma fonte significativa de renda. Lojas físicas ou online podem atender tanto a praticantes quanto a entusiastas.
Com a crescente digitalização, oferecer aulas de capoeira online pode expandir o alcance para além das fronteiras locais. Plataformas de ensino, vídeos tutoriais, e programas de treino personalizados são algumas das possibilidades.
Network ao formar parcerias com outras empresas e organizações pode expandir as oportunidades de negócio. Por exemplo, parcerias com academias de ginástica, escolas e centros culturais podem aumentar a visibilidade e o impacto da capoeira.
Profissionais experientes em capoeira podem oferecer serviços de consultoria para academias, eventos e projetos culturais. Palestras sobre a história, filosofia e benefícios da capoeira também podem ser uma forma de empreender.
Existem vários exemplos de capoeiristas que transformaram sua paixão em um negócio de sucesso, contribuindo para a economia e a disseminação da cultura brasileira globalmente. Alguns abriram academias renomadas, enquanto outros se destacam na cobertura de eventos regionais, nacionais e internacionais e na produção de conteúdo digital, oferecendo marketing digital, assessoria de comunicação entre outros.
A intersecção entre capoeira e empreendedorismo não só beneficia os indivíduos envolvidos, mas também fortalece a presença cultural da capoeira no cenário global, promovendo o reconhecimento e a valorização dessa rica tradição brasileira.
João Paulo de Carvalho, graduado “Tucumã”, fundador da @redeafrobrasil