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O poder das plantas nos projetos arquitetônicos

por Sandra Carvalho

Por Bruno Brandão

Conectar os espaços com a natureza, promovendo bem-estar e conforto para seus ocupantes. Este é o conceito da biofilia, que significa amor à vida (bio = vida, philia = amor), tendência cada vez mais forte na composição dos ambientes, e que traz tantos benefícios por incorporar a natureza nos projetos arquitetônicos.

Na arquitetura, a biofilia se aplica no uso de materiais naturais, na potencialização da iluminação natural e ventilação cruzada, e, é claro, na presença de plantas.

Sem dúvida, a biofilia, muito mais do que uma ciência, surge como uma grande necessidade dos tempos atuais, que foi ainda mais acentuada durante a pandemia, quando muitas pessoas passaram a cultivar mais plantas dentro de casa ou na varanda para tornar seu office ou seu lar mais agradável.

A teoria da biofilia, difundida pelo biólogo Edward O Wilson, fala sobre a conexão inata do ser humano à natureza, evolutiva dos milhares de anos que viveu e desenvolveu-se na natureza, e que esta conexão é essencial para a saúde integral das pessoas.

Isto porque nosso desenvolvimento biológico está muito mais relacionado a natureza: luz, ar, água, plantas e animais e não tanto a espaços artificiais, que são as construções. Assim, o conceito de arquitetura biofílica está ligado a uma visão de planejar ambientes com características do mundo natural.

Dentro deste contexto, destacamos as principais características da arquitetura biofílica:

1. Ventilação, Iluminação natural e visuais – Luz do sol e a sua claridade ajudam a regular o relógio biológico do corpo. Junto da ventilação natural, esses elementos são básicos para o bem-estar das pessoas, já que a visualização da paisagem natural reforça essa sensação.

2. Plantas e água – Além de embelezar, as plantas também purificam o ar do ambiente. O som da água de uma pequena corredeira ou até mesmo a umidade que ela cria para regiões secas, cria um sinal biológico para as pessoas, além do bem-estar e aconchego.

3. Materiais naturais – Pedras, madeira, bambu, tecidos com fibras e até a própria terra são elementos que são da natureza e quando esses materiais são utilizados na mesma forma que são encontrados na natureza, maior o efeito de bem-estar.

4. Design formato orgânico – Os formatos encontrados na natureza geralmente são orgânicos e arredondados, então quando os móveis, tapetes e até a própria construção possui padrões curvos e irregulares, é possível refinar o design do espaço.

5. Padrões da natureza – As composições que a natureza cria são perfeitamente irregulares e orgânicas, fazendo contrastes ou até mesmo combinações. Assim, observando a natureza podemos recriar esses padrões com a paleta de cores de um pôr-do-sol, ou a mistura de tons de verde e marrom de uma floresta.

Benefícios da arquitetura biofílica para um lar saudável:

– Bem-estar e redução do estresse;
– Melhora na concentração e criatividade;
– Melhora a interação social;
– Aumento do desempenho e da produtividade;
– Redução da agressividade;
– Aumento da sensação de descanso.

Projetos pensados com esse conceito melhoram a qualidade de vida de seus ocupantes e criam uma atmosfera relaxante e que, ao mesmo tempo, instiga a criatividade e a interação no espaço.

Enfim, na arquitetura, com certeza, a biofilia veio para ficar e transformar nossa relação com a natureza.

*Bruno Brandão é arquiteto em Cuiabá-MT*

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