Tatiana Froes
O pé diabético é uma das complicações mais graves da diabetes mellitus sendo uma das principais causas de internação e amputação em pacientes diabéticos Trata-se de uma condição caracterizada pelo comprometimento dos membros inferiores devido à neuropatia periférica doença arterial periférica e infecções recorrentes.
Sua origem está na associação de dois fatores principais a neuropatia diabética e a insuficiência vascular A neuropatia reduz a sensibilidade nos pés tornando o paciente incapaz de perceber pequenos traumas enquanto a insuficiência vascular diminui a capacidade de cicatrização e aumenta o risco de infecção Pequenas feridas podem evoluir rapidamente para úlceras graves e sem tratamento adequado podem levar à necessidade de amputar o membro afetado.
Os sintomas podem variar conforme a gravidade da condição mas geralmente incluem dormência formigamento ou dor nos pés perda de sensibilidade ao calor frio e dor feridas que demoram a cicatrizar presença de úlceras ou infecções pele seca e rachaduras mudanças na cor e temperatura dos pés.
O tratamento do pé diabético envolve uma abordagem multidisciplinar e deve ser iniciado o mais rápido possível As principais medidas incluem controle rigoroso da glicemia para evitar a progressão da neuropatia e da doença vascular uso de antibióticos em casos de infecção desbridamento de tecidos necrosados para facilitar a cicatrização uso de curativos especiais para promover a reparação tecidual cirurgias vasculares em casos de comprometimento arterial grave uso de calçados ortopédicos para evitar novos traumas.
O acompanhamento de um enfermeiro especializado em feridas complexas é essencial no tratamento do pé diabético. Este profissional realiza avaliação periódica das lesões aplica curativos adequados realiza orientações sobre os cuidados com os pés e auxilia na prevenção de novas complicações. Além disso o enfermeiro é um elo fundamental entre o paciente e a equipe médica garantindo que o tratamento seja realizado de forma eficaz e segura.
O pé diabético é uma condição séria que pode levar a complicações graves se não for tratado adequadamente O acompanhamento por uma equipe multidisciplinar incluindo médicos e enfermeiros especializados é essencial para a prevenção de infecções o controle da doença e a melhoria da qualidade de vida do paciente diabético. Assim o papel da enfermagem no tratamento de feridas complexas é indispensável para garantir um atendimento humanizado e eficaz.
Tatiana Froes é enfermeira (Coren/MT 233693) especialista em feridas complexas no Centro Médico TGA, em Tangará da Serra (MT)