Home Cultura Perto de completar 300 anos, Diamantino terá Centro Histórico revitalizado

Perto de completar 300 anos, Diamantino terá Centro Histórico revitalizado

por Sandra Carvalho

2023 surge como um marco para o município de Diamantino, localizado a 190Km de Cuiabá, na região Médio Norte de Mato Grosso, por conta de um audacioso projeto de revitalização do Centro Histórico da cidade, cuja coordenação geral e execução das obras , é da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Com o investimento de R$ 25 milhões, a revitalização contemplará quatro prédios e uma praça, sendo os dois museus do município, a Casa Memorial dos Viajantes e Langsdorff. As ações também abrangem a Biblioteca Municipal Monteiro Lobato, a Praça Major Caetano Dias e a criação de um Centro de Gastronomia na área, além de algumas vias pontuais do Centro Histórico.

O secretário de Cultura e Turismo de Diamantino, Caíque Loureiro, explica que a revitalização tem objetivo de preservar e resgatar o valor dos espaços histórico-culturais do município, além disso, a reestruturação do Centro Histórico proporcionará o fomento à música, cultura e gastronomia, gerando o aquecimento da economia local.

“O projeto tem duas vertentes: a valorização da população diamantinense, com o objetivo de despertar o sentimento de pertencimento e a segunda é fomentar o potencial econômico a partir do turismo histórico. “Agora é o momento de plantar e cultivar o projeto, para que ao fim, quando as obras forem concluídas, seja o momento da geração de renda local, de aumento do turismo, e que a cidade esteja desenvolvendo e crescendo de maneira sustentável”.

O prefeito, Dr. Manoel Loureiro, comenta sobre a relevância da obra para a cidade e para os diamantinenses.

“Com a revitalização desses locais históricos poderemos ter mais turistas nos visitando e conhecendo Diamantino. Caminhamos para os 300 anos de existência, temos muitas histórias e precisamos preservá-las. Todas essas ações de revitalização fomentarão o comércio local, a rede hoteleira, restaurantes, assim como os munícipes que poderão apreciar e conhecer mais da história do local”.

A Fundação Getúlio Vargas (FGV) foi a responsável pelo concurso nacional para contratação de empresa para execução do projeto e a aproximação com a instituição ocorreu por intermédio do ministro do Tribunal Superior Federal, Gilmar Mendes

Silvia Finguerut, representante da FGV, fala sobre as ações da instituição nesse processo de revitalização.

“Tudo o que estamos fazendo tem por objetivo oferecer ao diamantinense um projeto de conteúdo histórico bem elaborado, e feito da maneira como deve ser feita e que os visitantes possam vir e conhecer os locais”.

O proprietário do Hotel Villa dos Parecis em Diamantino, Sandro Rodrigues, ressalta a expectativa sobre a revitalização do Centro Histórico.

“Esse projeto vai enaltecer e transformar nossa cidade em um centro de turismo para que as pessoas possam fazer negócio e ter lazer, com isso, Diamantino se aflora para todo o Brasil e mundo. Eu estou muito satisfeito com o que vi no workshop, tenho certeza que a população diamantinense e o comércio está junto, apoiando”.

Memorial descritivo

A Prefeitura Municipal de Diamantino promoveu um Concurso Público Nacional que foi organizado pela Fundação Getúlio Vargas – FGV, coordenadora geral do projeto e pela execução das obras. O processo escolheu as melhores propostas, em nível de estudo preliminar, para a Revitalização Urbanística e Paisagística de parte do Centro Histórico da Cidade de Diamantino, MT. A empresa Arqconstrói Construtora Ltda foi a vencedora do certame e contratada pela Prefeitura Municipal para o desenvolvimento do projeto executivo.

A proposta escolhida, sem abrir mão da contemporaneidade, é considerada capaz de dialogar com o contexto histórico e traz intervenções que tornarão um trecho escolhido no centro histórico atrativo aos moradores e aos que visitam a cidade.

De acordo com Caique Loureiro, secretário de Cultura e Turismo e que está à frente de todo o processo, o resgate da identidade cultural do município, promovida através da requalificação do território, está diretamente relacionado à sua utilização pela sociedade, transformando a realidade local e integrando os aspectos sociais, econômicos e culturais.

“O projeto, ao favorecer o fluxo e a permanência dos usuários no espaço criará condições de acessibilidade, caminhabilidade e urbanidade que deverá potencializar atividades diversas ligadas a geração de emprego e renda, cultura e lazer, além de promover novos usos que agregarão valor econômico ao conjunto, valorizando o patrimônio histórico e arquitetônico”, reforça o gestor.

Caique Loureiro observa que a biodiversidade local é extraordinária e que a paisagem é o grande ativo, e constitui o foco principal do projeto como produto de um planejamento que não só conserva, mas recupera o que for possível de seus ecossistemas naturais. “Com isso, Diamantino amplia seu potencial de ser a primeira cidade do Mato Grosso que desenvolve projeto de tamanha importância”.

Da descoberta de diamantes à Expedição Langsdorff

Nove anos após o descobrimento das fabulosas minas de Cuiabá, por Paschoal Moreira Cabral e Miguel Sutil, o município de Diamantino também foi descoberto. Era 1728, quando Gabriel Antunes Maciel, numa perigosa excursão por água e por terra, penetrou com sua bandeira pelo sertão mato-grossense, por lugares que talvez nunca tenham sido pisados por civilizados. Encontrou ouro e muito diamante às margens do rio cravado entre montanhas e cachoeiras.

Quase um século depois, em 1821, barão Georg Heinrich von Langsdorff, conseguiu patrocínio do czar russo Alexandre I para organizar uma grande expedição de reconhecimento no interior do Brasil. O grupo era composto por artistas, botânicos, naturalistas e cientistas. A expedição partiu do Rio de Janeiro e percorreu cerca de 17 mil quilômetros entre os anos de 1822 e 1829, passando por Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso e Amazonas, analisando os aspectos naturais, sociais, etnológicos e linguísticos brasileiros. A região de Diamantino foi um dos pousos dessa expedição.

Toda essa história está registrada no Museu Langsdorff, que mantém uma exposição permanente com reproduções de desenhos e aquarelas de Rugendas, Taunay e Florence e mapas inéditos de Rubtsov, criados durante a expedição Langsdorff.

A história de Diamantino também tem registros importantíssimos guardados na Casa Memorial dos Viajantes, antes chamada de Casa Canônica e tombada em 2003 e revitalizada em 2011 pelo Governo do Estado. Ambos são equipamentos públicos de uma riqueza histórica e cultural incontestável, além de dezenas de outros casarões e da Paróquia Imaculada Conceição, um dos cartões postais da cidade.

Perto de completar 295 anos (18 de setembro), Diamantino, que chegou a ser uma das três cidades com potencial para ser a Capital de Mato Grosso, é um dos municípios com maior potencial histórico do Estado.

Na outra ponta, Diamantino, localizado a 190Km de Cuiabá, na região Médio Norte de Mato Grosso, hoje aparece na lista dos municípios 35 municípios mais ricos do mundo por sua produção agrícola.

Com informações da Assessoria

Fotos: John Oliveira (Prefeitura de Diamantino)

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