À frente da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) desde outubro de 2020 e administrando atualmente um orçamento de aproximadamente R$ 82 milhões de custeio, o atual reitor, professor Evandro Aparecido Soares da Silva, busca a reeleição contra outras três chapas que se colocaram na disputa deste ano. Em entrevista ao PNB Online ele comenta sobre o recurso da universidade, que suspendeu o reajuste de 28,86% aos docentes e sobre as críticas que tem recebido dos adversários.
Uma das principais críticas dos adversários é quanto ao sucateamento da UFMT. Questionado sobre investimentos em infraestrutura, o reitor lembra que assumiu o comando da universidade em meio à pandemia e, diante disso, precisou definir prioridades de investimentos.
“Fizemos algumas opções de prioridades. As prioridades foram os estudantes, principalmente na pandemia. A gente aumentou o valor da bolsa, compramos tablet, notebook, chromebook, celular, chip. Tudo isso para dar as condições necessárias para que os estudantes na pandemia não fossem excluídos”, explicou o professor.
Apesar disso, antes do período da pandemia do coronavírus, em 2019, a UFMT tinha em média 20 mil estudantes da graduação e nos últimos anos viu esse número reduzir para aproximadamente 16.500 estudantes. No caso da pós-graduação o número se manteve o mesmo, 2 mil acadêmicos nos últimos quatro anos.
O reajuste dos docentes travado na Justiça
No que se refere ao recurso da Universidade para reverter a decisão que havia garantido um reajuste de 28,86% aos docentes, o reitor alega que o recurso partiu da Advocacia Geral da União (AGU), o reitor Evandro da Silva argumenta, em sua defesa, que optou por recorrer e não fazer um parecer de força executória.
“Ao saber que o juiz proferiu essa decisão a universidade chamou nossa pró-reitoria de gestão de pessoas e solicitou que ela elencasse todos os servidores que tivessem direito em uma planilha, que essa planilha ficasse pronta para que quando recebêssemos da AGU o parecer de força executória dizendo é pra fazer. Essa planilha estivesse pronta e a celeridade fosse máxima. Ou seja, a gente pudesse fazer essa implantação de forma imediata”, afirmou o reitor.
Em setembro do ano passado, após 29 anos de espera, os professores da UFMT conseguiram decisão favorável determinando a incorporação do valor nos vencimentos de todos os docentes. Ocorre que em outubro o juiz Cesar Augusto Bearsi acolheu embargos opostos pela Universidade e indeferiu o restabelecimento do pagamento, que estava previsto para iniciar em 2025.
Promessas de campanha
Para os próximos anos, caso seja reeleito, o reitor admitiu como proposta de campanha que será necessário investimentos em infraestrutura como reforma de telhados, pintura, mofo, a questão da estrutura geral, elétrica, hidráulica, banheiros, mobiliários, entre outros. Além disso, a proposta é ampliar a captação de recursos. Uma das apostas do gestor é em relação ao BID Pantanal.
“Durante todo esse processo nós conseguimos só de emendas R$ 10 milhões. Só de projetos, mais R$ 40 milhões, por exemplo. Temos um projeto grande com o TCE, temos um projeto com o Ministério da Agricultura e Pecuária, desenvolvido pela faculdade de nutrição. E estamos junto com o Ministério da Agricultura desenvolvendo o BID Pantanal”.
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Críticas aos adversários: “atiradores de pedras”
Além da formada pelo professor Evandro Soares da Silva e professora Marcia Hueb, outras três chapas disputam o cargo de reitor e vice-reitor da UFMT. São elas: a chapa formada pela professora Marluce Aparecida Souza e professor Silvano Macedo Galvão; a chapa formada pelo professor Marcus Silva da Cruz e a professora Lisiane Pereira de Jesus; e a chapa formada pela professora Iramaia Jorge Cabral de Paulo e o professor Alex Neves Junior.
Questionado sobre as críticas que vem recebendo dos adversários, o atual reitor da Universidade questionou quais as ações os professores e professoras que concorrem à reitoria já desenvolveram pela UFMT.
“A pergunta é: o que que os oponentes fizeram, o que eles buscaram de recursos até hoje em toda a sua vida acadêmica e, principalmente, como dirigentes da sua unidade? Quais foram os projetos que eles trouxeram para universidade? Quais foram as proposições para o seu instituto buscar recursos, fomento, financiamento, para financiar o seu próprio instituto, sua própria faculdade? Essa é uma pergunta importante para se fazer para todos. Aqui em Cuiabá tem um ditado que diz: ninguém joga pedra em mangueira que não dá manga”.
Nesta disputa pela reitoria da UFMT, o atual reitor, candidato a mais um mandato, se coloca como “manga”. E reduz os seus adversários a “pedras”. A filosofia popular cuiabana em debate na academia.
Fonte: PNB Online