Por Dra. Giovana Fortunato
O mês de agosto é conhecido como Agosto Dourado por simbolizar a luta pelo incentivo à amamentação – a cor dourada está relacionada ao padrão ouro de qualidade do leite materno.
A história da Semana Mundial de Aleitamento Materno teve início em 1990, num encontro da Organização Mundial de Saúde com a UNICEF, momento em que foi gerado um documento conhecido como “Declaração de Innocenti”.
Estima-se que, anualmente, em todo o mundo, mais de dez milhões de crianças com idade inferior a 5 anos morrem por doenças que podem ser prevenidas e tratadas. Com melhores taxas e amamentação, mais de 820 mil crianças dentro dessa faixa etária podem ser salvas. Por isso, o aleitamento materno até os seis meses de vida precisa ser incentivado por campanhas, como a da Semana Mundial. Além de contribuir para o desenvolvimento infantil, a amamentação pode ter também impactos positivos na vida adulta da criança.
São dias de intensas atividades que buscam promover o aleitamento exclusivo até o sexto mês de vida, se estendendo até os dois anos ou mais de idade. A Semana Mundial da Amamentação (SMAM) está focada na sobrevivência, proteção e desenvolvimento da criança, sendo considerada um veículo de promoção do aleitamento.
A amamentação é um dos melhores investimentos para salvar vidas infantis e melhorar a saúde, o desenvolvimento social e econômico dos indivíduos e nações. Criar um ambiente propício para padrões de alimentação infantil ideais é um imperativo da sociedade. Então, o que é necessário para criar um ambiente favorável e melhorar as práticas de amamentação? Proteção, promoção e apoio à amamentação são estratégias importantes em nível institucional e individual. Ações coordenadas para otimizar a alimentação infantil em tempos normais e em emergências é essencial para garantir que as necessidades nutricionais de todos os bebês sejam atendidas.
Por meio do leite materno o bebê recebe os anticorpos da mãe que o protegem contra doenças como, diarreia e infecções, principalmente as respiratórias. O risco de asma, diabetes e obesidade é menor em crianças amamentadas, mesmo depois que elas param de mamar. A amamentação é, ainda, um excelente exercício para o desenvolvimento da face da criança, importante para que ela tenha dentes fortes, desenvolva a fala e tenha uma boa respiração.
É importante que as mães conheçam os proveitos que a amamentação pode trazer a elas próprias. A mãe também acaba sendo protegida e favorecida pela produção de leite e a amamentação em si. Entre os benefícios à saúde da mulher, temos a redução da incidência de cânceres de mama, ovário e endométrio, a proteção contra doenças cardiovasculares e também a proteção contra a osteoporose.
Dra. Giovana Fortunato é ginecologista e obstetra, professora da UFMT e especialista em endometriose e infertilidade.