Home Cidades Botelho diz que acusações de interferência na Polícia Civil são frágeis: “Não vejo espaço para CPI”

Botelho diz que acusações de interferência na Polícia Civil são frágeis: “Não vejo espaço para CPI”

por Da Redacao

Pedido de CPI foi feito por deputados da Comissão da Segurança Pública e Comunitária após depoimento de delegados

O primeiro-secretário da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), deputado Eduardo Botelho (DEM), acredita que o pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o uso político da Polícia Civil não deve prosperar.

Na visão do deputado, as denúncias, levadas inicialmente pelo prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), são frágeis e não revelam motivo suficiente para criar uma CPI.

“Não vejo espaço para acontecer. Não vejo motivo para isso, nem argumentos suficientes para criar uma CPI nesse sentido. Ficou bem claro que esse uso político não houve”, avaliou o deputado nesta quarta-feira (15).

Botelho citou o depoimento de três delegados da Polícia Civil à Comissão de Segurança Pública e Comunitária da ALMT nessa terça-feira (14). Na ocasião foram ouvidos Lindomar Toffoli e Anderson Veiga, que eram da Delegacia Especializada de Crimes Fazendários e Contra a Administração (Defaz), e Flávio Stringueta, que comandava a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO).

“Ele [Toffoli] acabou falando que houveram transferências políticas, mas é político mesmo. O governo que indica, que põe, que faz parte, mas não foi por conta de algo assim. Ninguém falou ‘ah, eu saí de lá porque não investiguei Emanuel’”, criticou Botelho.

No depoimento, Toffoli revelou que já havia sido removido anteriormente na gestão de Silval Barbosa por investigar pessoas “blindadas”. Então, em 2019, na gestão de Mauro, ele foi, mais uma vez, transferido de função sem justificativa plausível. Ele relembrou que, na época, ele tinha expedido mandado de busca e apreensão contra o irmão da deputada Janaina Riva, José Geraldo Riva Junior, filho do ex-presidente da Assembleia, José Riva.

“Depois de um tempo, uma pessoa que não fazia parte da rotina da delegacia em que eu trabalhava chegou em mim e falou: ‘olha, você saiu da delegacia por causa daquela situação do filho do Riva, porque falaram que não tinham controle sobre você, porque você fazia as coisas’”, relatou Toffoli durante a oitiva.

O delegado ainda contou que essa mesma pessoa também lhe detalhou a investigação que ele movia, quando ainda estava na Defaz, contra o governo. Segundo Toffoli, o fato dessa informação ter vindo de uma pessoa com quem ele não tinha contato lhe deixou assustado.

Depois do depoimento, os deputados Faissal Calil (PV) e Ulysses Moraes (PSL) pediram a abertura da CPI para apurar o possível uso político da agora Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor). Eles já estariam procurando aliados.

Apesar da intenção, a Assembleia já tem três CPIs em andamento – quantidade máxima permitida pelo regimento interno do Legislativo. Ainda, tem “na fila” a CPI do Gás, do deputado Gilberto Cattani (PSL), que já tem as assinaturas necessárias para sua abertura, e a CPI da Pandemia, requerida pelo deputado Lúdio Cabral (PT), para apurar as ações e omissões do governo estadual na pandemia. Esta, porém, ainda está em fase embrionária.

Dessa forma, os deputados precisariam de articulação para “driblar” uma das outras CPIs e emplacar a investigação sobre a Polícia Civil.

Fonte: Repórter MT

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