Mãe do chefe de cozinha João Guilherme Velasco, 25, morto em abril de 2021, a jornalista Rose Velasco crê que a “lei do silêncio” de facção criminosa assusta possíveis testemunhas que poderiam ajudar na resolução do assassinato de seu filho.
Ao portal , nesta quarta-feira (28), dia em que o crime completa um ano e 5 meses, a jornalista apontou que o caminho mais fácil para resolução do crime seria com a participação de testemunhas.
Porém, para a mãe, as pessoas que saberiam informações sobre o caso se sentem acuados pelo crime supostamente ter relação com uma facção criminosa atuante em Sinop (500 km ao norte de Cuiabá).
Segundo a jornalista, informações apontam para a possibilidade de o chefe de cozinha ter sido assassinado por manter relacionamento amoroso com um membro de facção criminosa.
A relação homossexual teria sido revelada para um dos chefes da facção no município, que decretou um salve – sessão de agressão – para o faccionado e determinou a morte de João Guilherme.
As informações sobre o relacionamento da vítima com o facccionado, a motivação do crime e a forma como a morte foi ordenada foram levantadas cruzando dados levantados pela polícia e mensagens trocadas entre João Guilherme e a pessoa com quem o jovem se relacionava.
“Sei que tem pessoas lá no município que sabem quem fez, mas temem pela própria vida. Eu penso que é isso. A lei do silêncio, o medo e o alto índice de criminalidade que tem no município”, disse Rose Velasco.
“A gente convive com isso como se fosse algo normal, mas não é. Existe um tribunal de exceção criado por essas facções. Eles julgam, condenam e matam quem eles querem e ninguém faz nada. Precisa haver uma reação do poder Judiciário e Legislativo, mas não só do Executivo”, acrescentou.
O caso
Gastrônomo e cozinheiro do restaurante Chalé do Italiano, João Guilherme foi assassinado na noite de 28 de abril, em Sinop.
O Corpo da vítima foi encontrado caído na rua, na frente do estacionamento de um hotel.
A polícia foi acionada por volta das 22h15, quando o corpo da vítima foi encontrado. João Guilherme teve ao menos duas perfurações de arma de fogo na cabeça, indicando entrada e saída da bala.
Fonte: GazetaDigital