A II Corrida Estadual Contra o Trabalho Escravo reuniu mais de 1 mil atletas na manhã do dia 5 de fevereiro, último domingo, em Cuiabá (MT) e arrecadou cerca de 2 toneladas de alimentos. O evento é resultado de uma parceria entre a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), Comissão Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo (Coetrae-MT) e Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais do Trabalho (Sinait).
Amarildo Borges, presidente da Coetrae-MT e dirigente da delegacia do Sinait/MT, destacou a importância do evento. “O trabalho análogo à escravidão, infelizmente, ainda é uma realidade no Brasil e a corrida é uma forma de chamarmos a atenção da sociedade para esta grave forma de violação dos direitos humanos”.
Márcia Ourives, vice-presidente da Coetrae-MT, também representou a Sesp no evento. “A corrida vem para fortalecer as ações conjuntas como um instrumento de combate ao trabalho escravo. Agradecemos a participação de todos que contribuíram para a realização do evento de todos os atletas que aqui compareceram em apoio a esta luta”.
O evento contou com a participação do vice-presidente do Sinait, Auditor-Fiscal do Trabalho, Carlos Silva, que é de Pernambuco. A corrida é uma maneira de debatermos de forma direta com a sociedade, levando o tema que é atualíssimo no Brasil e no mundo inteiro. Na verdade, é um problema da sociedade e sem ela não vamos conseguir erradicar o trabalho escravo.
Carlos Silva lembrou que foi em Mato Grosso que nasceu a primeira Coetrae do país e que também onde foi criado o Projeto Ação Integrada (PAI), referência nacional de acolhimento, qualificação e reinserção de egressos de condições análogas à escravidão no mercado de trabalho decente.
A corrida arrecadou cerca de 2 toneladas de alimentos não perecíveis com as inscrições. A organização agora vai decidir como será feita a doação dos produtos.
A II Corrida Estadual Contra o Trabalho Escravo marca as celebrações relativas ao Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo (28.01), mesma data do Dia Nacional dos Auditores-Fiscais do Trabalho. Também foi no dia 28 de janeiro que, há 19 anos, três auditores e um motorista foram assassinados na cidade de Unaí, em Minas Gerais, quando atuavam no combate ao trabalho escravo e até hoje os responsáveis pela chacina continuam em liberdade.