Por Dr. João Lombardi
O sedentarismo infantil tem se manifestado nos dias de hoje com aumento na incidência de doenças cada vez mais precoces na população como hipertensão, diabetes e demais doenças relacionadas ao estilo de vida, além do aumento de obesidade na população infantil e de adolescentes. O sedentarismo está relacionado às principais causas de morte no mundo e precisamos combater de forma muito agressiva o sedentarismo principalmente nas crianças!
As telas e demais tecnologias acabam roubando a atenção das crianças para outras atividades que são extremamente necessárias para o crescimento e desenvolvimento, sendo uma delas, o exercício físico. É nesta fase que se desenvolve habilidades cognitivas e físicas para o resto da vida e a partir do momento que se perde essa janela de oportunidade neste período, acaba sendo prejudicial na vida adulta.
As implicações físicas e mentais do sedentarismo nas crianças pode se apresentar desde uma baixa auto estima durante a vida até como problemas de saúde e depressão na fase adulta, sem conseguir atingir o potencial biológico por não ter tido uma vida ativa na infância e adolescência.
Qualquer vício se manifesta no corpo através de reações químicas e de neurotransmissores fazendo com que seja complicado para o nosso cérebro vencer aquela sinalização. Hoje em dia já há uma vertente de estudos para colocar vício em telas no código internacional de diagnósticos, o famoso CID, tamanho problema e repercussão que isso vem acarretando não só nas crianças mas como na população em geral.
A prevenção do sedentarismo infantil vem inicialmente de pequenos estímulos iniciais para que a criança entenda o exercício físico como algo prazeroso é benéfico, então atividades como gincana, brincadeiras, são formas de uma iniciação esportiva. Terapia ocupacional também é uma ferramenta muito valiosa. Modalidades de equipe, por exemplo, é uma forma de fazer com que a criança queira praticar o esporte para estar com os amigos.
Modalidades de luta são formas de fazer com que a criança gaste energia e extravase emoções. São vários exemplos. Por fim, exemplo dentro de casa, em que a família seja praticante de exercício físico e esporte, faz com que a criança entenda aquilo como benéfico e a criança queira ser também exemplo e fazer parte.
Dr. João Lombardi é médico do exercício e do esporte pela Unifesp, Pós em fisiologia do exercício e metabolismo pela USP de Ribeirão Preto, mestrando pela UFMT, médico do Brasil nas Paralimpíadas de Tóquio, médico assistente do Comitê Paralímpico Brasileiro e diretor do Instituto Lombardi, em Cuiabá (MT).