promotor Jaime Romaquelli, da 26ª Promotoria de Justiça Criminal da Capital, se manifestou contra o pedido de Carlos Alberto Gomes Bezerra, o “Carlinhos Bezerra”, para sair da penitenciária em Várzea Grande para realização de exames, cirurgia e recuperação do pós-cirúrgico em casa. O membro do Ministério Público disse que esta é mais uma “tentativa escandalosa” de manter Carlinhos em liberdade, e que o réu “acredita estar acima da lei”.
Carlinhos Bezerra foi preso pelo assassinato de sua ex-mulher Thays Machado e o namorado dela, Willian Cesar Moreno, em janeiro de 2023.
A defesa dele alega que o réu tem necessidade de se submeter a avaliações médicas externas e duas cirurgias, uma oftalmológica e outra vascular. Com isso, pediu que sejam autorizadas as saídas dele, com escolta, para realização dos exames, dos procedimentos cirúrgicos e que sua recuperação possa ser em domicílio “considerando a ausência de estrutura da unidade prisional para tal fim”.
Em sua manifestação, o promotor citou que Carlinhos, na faze do inquérito, disse que praticou os crimes “porque lhe faltou inteligência emocional” e que “sofre de diabetes em estágio de neuropatia, o que lhe causou descompensa emocional”. O representante do MP disse que a doença era preexistente aos homicídios e que, desde o interrogatório, passou a ser utilizada como artifício em favor de Bezerra.
Disse também que durante a tramitação do processo a defesa entrou “insistentemente” com diversos recursos com o pretexto de que, por causa da doença, necessitaria fazer os tratamentos em sua casa, já que não poderiam ser feitos na prisão.
Carlinhos acabou sendo solto, mas por ter descumprido as medidas cautelares (foi verificado que circulou pela cidade acompanhado de seguranças armados) e por não ter sido verificada a “situação de extrema debilidade de saúde” foi decretada novamente sua prisão. Ele segue preso no Centro de Ressocialização Industrial Ahmenon Lemos Dantas.
Câmera de Segurança
“O requerente, por ser filho de família abastada, com elevada importância político-social, acredita que após matar a ex-companheira e uma terceira pessoa que estava em companhia dela, deve ficar solto como se nada tivesse acontecido; acredita estar acima da lei”, disse o promotor.
O membro do MP disse que, com este novo pedido, a defesa tenta criar artifícios para que Carlinhos possa ficar em casa, alegando que a unidade prisional não tem estrutura para o tratamento dele.
Com isso, ele pediu que Bezerra seja submetido a atendimento do departamento médico que atende o presídio, que deverá avaliar a necessidade de cirurgia e se os procedimentos podem ser realizados dentro da estrutura posta a serviço do sistema prisional.
“No tocante à pretendida ‘recuperação pós-operatória do Requerente em domicílio’, nos manifestamos veementemente pelo indeferimento, pois representa nada mais que uma tentativa escandalosa de manter o réu, autor de dois crimes contra a vida, em liberdade”, disse o promotor.